quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A pergunta é: ?

                Passamos a vida inteira em busca do que nos falta para sentirmos completos. Alguns sublimam suas necessidades para o lado profissional, outros emocional, e por ai vai. A única coisa que não somos capazes é perceber que já viemos completos, a ausência de algo em nós não nos faz incompletos, apenas direciona um caminho a seguir, contudo não necessitamos sermos superiores ou vitoriosos em tudo, se assim o fosse, que graça teria a vida? Cada corte, cada gota de suor e sangue, se faz uma linha de nossa historia, e marcam nossos caminhos até que deixemos de caminhar, fazendo com que nossa existência tem um sentido e um propósito; se do contrario fosse, seriamos personagens de uma historia previa, com final definido, sem emoções, sem historia real e significativa, sem sentido, sem cor... A pergunta é: Como nos encontrar em nós mesmos, e trazer-nos a tona em passividade?

domingo, 8 de maio de 2011

Soneto da Fidelidade




De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinícius de Morais

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Despedida

Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens. 
E como o conheces ? - me perguntarão. -
Por não Ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão. 


Que procuras ? Tudo. Que desejas ? Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada. 


Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte. 


Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão ! 

Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão. 



                                                                                     Cecília Meireles

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Meus sonhos.

"... se eu tivesse esperança, se eu soubesse que a vida não fosse viver de lembrança... A fé está na ideia de que não estou so, e que existe alguem para meus sonhos, para habitar a solidão dos meus sonhos, porque meus sonhos não são bons para apenas Eu."


Por Vitor Anchieta Sales

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Amor é aguá pura que lava...

            Recolhei agora vosso riso! Porque no caminho do paraíso a emoção também já foi plantada. As vezes a tristeza também da rumo da alegria e a dor do dia a dia ensina o prazer de conquistar a coisa amada.
            A minha vida, não tem nada de diferente. É igual a de tanta gente que nascida nessa terra, descobre que na vida não tem atalho e nem descanso dessa guerra. Sem rumo me largo no mundo. Mais não perco nunca uma esperança nobre, que é o alimento do pobre quando tudo lhe faltar.  E trago na alma, verdade que não esqueço,  não importa o mal começo se o final eu posso mudar!
            E assim fui caminhando nos anos. No mundo peregrinando buscando as franjas do mar. Mas diante disso, cura o coração ferido. Reencontra o amor perdido. Pois o que vale tanta luta sem amor? Tanta terra sem uma flor, no sertão desabrochar? Eu não sei bem, qual é a grandeza do universo, mas não há palavra, um verso, que é maior que o verbo amar.
            Escrever e um dom de se viver! Viver em miudas o que nem tudo na vida me é permitido! Sim, escrevo... poema, poesia, texto, prosa, tudo que for minha fantasia.

sábado, 2 de abril de 2011

Como manter o equilíbrio e a lucidez diante de tamanha confusão de sentimentos que vivenciamos no dia a dia?



            A cada segundo de acesso a informações, é alarmante o numero de catástrofes que vem acontecendo ao redor do mundo, nos causa um certo impacto, que logo passa, como se não tivesse efeito, já as coisas boas, são raras, momentos felizes estão em extinção. Valores da vida parecem perdidos no tempo, sem significado. Voltamos nossos olhares ao futuro, futuro este que o importante é posição social, e conta bancaria, o problema é que quando esquecemos de valorizar os detalhes, nosso cérebro chega a um ponto de desequilíbrio, depois se pergunta de onde vem a doença do século, a DEPRESSÂO? E a resposta, ninguém sabe de onde vem.
            Ao longo do dia, que às vezes é ate repetitivo já que muitos permitem a rotina, deixamos de lado os prazeres, esquecemos que somos feitos de carne e osso, que temos sentimentos, e que um bom dia, boa tarde, um abraço, um olhar de carinho ou apoio, faz um bem incomensurável, quando percebemos já entramos em conflitos internos, questionamos coisas em nós que antes tínhamos uma certeza inabalável.
            É este ponto que chamamos de desequilíbrio, perdemos a noção de algumas coisa que no passado faziam a diferença, e que agora entramos em contradições, o certo e o errado já não tem muita importância o que vale é sobre-sair em meio a multidão.
            São tantos sentimentos confusões e desconhecidos, que procuramos a fuga, mas na hora de fugir não temos mais a certeza se fugir é lucrativo, ou se ficar e lutar contra algo não sabemos exatamente o que vai nos levar a vitória, tudo isso porque estamos perdidos em nós mesmos. Saídas, tem muitas, o mundo faz questão de esfregar varias em nossas caras, mas nem sempre nos satisfazem, e optamos por continuar a fugir ou apenas ignorar.
            Hoje, o mundo gira em uma velocidade que não se tem mais tempo de pensar duas vezes no que fazer, o jeito, é tentar ao máximo dar valor as pessoas que nos amam, procurar gastar nosso tempo com amigos, ou fazendo algo que gostemos, uma faculdade, um lazer, é necessário termos um tempo só nosso, porque a medida que nos conhecemos intimamente, logo adiante num momento de irracionalidade instantânea será muito mais fácil entender o que se passa em meio a confusão de sentimentos internos, e a saída ficara cada vez mais próxima e satisfatória. Estar sempre rodeado de pessoas que nos fazem bem, fazer o que gostamos e gastar nosso tempo conosco, é sempre o melhor a se fazer.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Relacionamentos por Arnaldo Jabor


Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- ‘Ah, terminei o namoro… ‘
- ‘Nossa, quanto tempo?’
- ‘Cinco anos… Mas não deu certo… Acabou’
- É não deu…?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que
é uma delícia.
E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona…
Acho que o beijo é importante… E se o beijo bate… Se joga… Se não bate… Mais um Martini, por favor… E vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa ta com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer…
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim… Quem disse que ser adulto é fácil?
 

Arnaldo Jabor

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

GUERREAR



          Mais difícil que vencer a guerra é vencer o hábito. O hábito faz a guerra, mas também a paz. Muitas pessoas não entendem a sensibilidade, querem buscar a sabedoria pela ignorância. Mas a gente não pode ser nem muito sensível nem muito sábio, há que se ignorar muito para se ter um espírito forte. Às vezes ignorar o corpo para a alma, desprezar o sentimento em prol de uma palavra de ordem, ser forte o suficiente para acreditar sem pensar, e amar ainda que não se possa...

          É difícil ser feliz se é necessário pagar, vender, comercializar pela liberdade. Ainda que fiquemos livres de quem nos manda, existirá o mercado, o trabalho, o animal que temos que castrar e domesticar, tirar as tripas e rezar por sua alma. Se nós nem podermos ser um pouco cruéis, dificilmente seremos realizados e amados. O triste é que até no amor é preciso guerrear, até no sentimento mais puro é preciso labor, é imprescindível trabalhar. Mas um "homem também chora, menina morena, também deseja colo, palavras amenas, precisa de carinho, precisa de ternura, precisa de um abraço da própria candura.
          Guerreiros são pessoas, são fortes, são frágeis. Guerreiros são meninos, no fundo do peito. Precisam de um descanso, precisam de um remanso, precisam de um sonho que os tornem refeitos". Preciso de um bom pente, ficar rente, sem corrente, pingente, subir andaime acima, mente acima, sempre. Mas tudo tem um preço: pagar. Quanto mais eu gasto mais me sinto no prejuízo. Meu Deus, eu estou amando. Preciso correr riscos. E não consigo levar esse amor nos meus ombros, mas preciso do amor nos meus braços.
            É tão triste não conseguir guerrear por sonhos. É tão ruim apenas sonhar. É como um reflexo do nosso rosto na água: vai se apagando aos poucos... Porque as águas têm que correr. E depois que elas corram, na guerra, a gente precisa aprender a sobreviver do que passou. A saudade pesa. O rifle pesa. O uniforme pesa. Ser cruel pesa. Mas ser homem é o que mais dói.

Por Vitor Anchieta Sales

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A vida, um circulo vicioso.

      Já notou que as pessoas quando tem grandes conquistas só aparecem em fotos no momento da conquista? Tipo quem pratica alpinismo, que tira foto no topo da montanha, sempre sorrindo e estáticos. Triunfantes. Desconheço um que tire fotos durante o trajeto. Quem quer lembrar do resto?
      É assim que uma grande maioria vive e pensa, porque a velocidade do mundo não nos permite sentir o quão difícil é sobreviver ou saborear a glória antes mesmo que ela chegue! Nos esforçamos porque precisamos. Não porque gostamos. A subida cruel, a dor e a angustia de se esforçar mais, ninguem tira foto disso, ninguém quer lembrar dessa parte!
      É como uma doença que nos acomete, depois que a vencemos, esquecemos que durante aquele tempo em que estamos debilitados podemos observar melhor as coisas, as pessoas, nos aproximamos mais de nós mesmos, mas esquecemos disso, e apenas comemoramos por estarmos saudáveis novamente, e voltamos a rotina do mundo, nos afastando novamente das pessoas e de nós mesmos.
      Só queremos lembrar da vista do pico. O momento de tirar o fôlego no topo do mundo. É isso que nos mantem escalando. E a dor vale a pena. Essa é a loucura da vida cotidiana. Tudo vale a pena, exceto pelo ponto em que esquecemos de sentir o que esta dentro de nós mesmos...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quem machuca as vezes nem percebe, se percebe tem mais medo que eu.

       Procuramos dentro de nós ou no grande vazio do mundo, fugas e distrações quando algo em nós não vai bem. É daí que muitas vezes conhecemos os vícios, cigarro, álcool, drogas, orgias... E nada, nunca, é suficiente.
        A angustia que ocupa espaço no peito é inerente a nossos repertórios traumáticos, só não à notamos por que usamos de esquivas. Não é só pela morte que temos que sofrer. É pela vida.  Pelas perdas. Pelas mudanças.
         E quando imaginamos por que algumas vezes é tão ruim, porque dói tanto, temos que nos lembrar que tudo pode mudar instantaneamente, pois somos seres compostos de sentimentos,  de toque, compostos de essências imutáveis, de detalhes raros de única face; e não nos permitir a nós e aos que nos querem bem é uma injúria a nossa essência.
         A cada queda, uma nova cicatriz, uma nova marca, e obviamente um novo alerta para não se machucar novamente pelo mesmo motivo, mas isso não significa se bloquear a uma nova emoção, uma nova vivência, uma nova expectativa.
        É assim que se permanece vivo. Quando dói tanto que não se pode respirar, é assim que você sobrevive. Ainda que com sofrimento, em uma segunda “chance a si mesmo”,  de alguma forma impossivelmente, não se sentirá assim. Não vai doer tanto.
         O luto vem em seu próprio tempo para todos. À sua própria maneira. O melhor que podemos fazer, o melhor que qualquer um pode fazer... é tentar ser honesto.
        A parte ruim, a pior parte do luto, é que não se pode controlá-lo. O melhor que podemos fazer é tentar nos permitir senti-lo, quando ele vem. E deixar para lá quando podemos. A pior parte é que no momento que você acha que o superou, começa tudo de novo. E sempre, toda vez... ele tira o seu fôlego.
          Há cinco estágios de luto. São diferentes em todos nós, mas sempre há cinco. Negação. Raiva. Barganha. Depressão. Aceitação. Mas antes, durante e depois do luto, existe a vida. Levante-se, limpe-se, e permita-se para que eu também possa me permitir.



"... É quase impossível evitar o excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo." ( Clarice Lispector - Das vantagens de ser Bobo. )

domingo, 6 de fevereiro de 2011

As diferentes formas de Amar - Post ao Leitor




O amor por si só é algo gracioso, dentre suas formas e situações o bicho homem se perde... Temos o amor paterno, fraterno, materno, amor de amigo, amor por bicho, por hobby, enfim, o amor se faz por qualquer que seja a pessoa, o objeto ou simbolismo.
Para com o pai, mãe, irmãos e parentes em geral o amor é algo incomensurável, ele apenas já nasce contigo. Aquele amigo(a) de toda hora, instante, situação, vivência seja qual for esta, está ali com você. É um amor que se cultiva, apenas por nos fazer bem, sem esperar que algo lhe venha em troca pois este amor é literalmente mútuo.
Durante nosso desenvolvimento, aprendemos a apreciar coisas ou práticas que nos são agradáveis, e por estes tomamos um amor de satisfação, este amor faz parte de nosso instinto, nosso ego.
Mas existe um amor, que muitos olhares estão em volta dele, o amor carnal, aquele de mim para Você, aquele de querer dormir juntinho, de amanhecer querendo sentir um cheirinho especial, estressar o dia todo e ficar feliz por saber que há alguém a lhe esperar com um abraço, um afeto diferente daquele da Vovó, da Mamãe... este é o dito amor que o mundo parece não acreditar mais, ou ao menos o ser humano esquece que existe em plena pureza. 
Do século passado, a famosa frase “-Então mostra que me ama!?” era representada quando o pretendido lutava na guerra e voltava com as flores mais perfumadas. Junto do século, o amor ou ao menos suas formas de demonstração também evoluíram, e no século 21, a tal frase é representada pelo seguinte comportamento: “Você me ama? Então muda o perfil do Orkut/Facebook/etc... para namorando!”. Como disse William Shakespeare: “É um amor pobre aquele que se pode medir.”
Tem ainda, um amor diferente, que faz parte do mundo moderno, mas algo me diz que existe desde sempre, o amor carnal que não se resume em homem e mulher, mas que pode existir na mesma intensidade e talvez com maior pureza entre homem e homem, mulher e mulher. É o dito amor homossexual, que o meio social tanto repudia, mas em momento algum parou-se para observar como é vivenciado.
Aos olhos de muitos é repugnância, pecado, putaria, vagabundagem... observando de perto é intensidade, é verdade, é cumplicidade. O diferente assusta desde sempre, mas quando se tem algo cotidiano o convívio é sadio, basta estar aberto a isso.


“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.” Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Vazio Do homem




"O vagabundo esmola pela rua, veste a mesma roupa que foi sua..." que foi minha, que foi dele, que foi dela, que foi de todos...

A necessidade do homem supera, ou quase, a dignidade de si mesmo. O mesmo homem que ama pode odiar, aquele que constroi vem para destruir, o que trai, incluisive si mesmo, é aquele que chora e sorri.

A dignidade do homem é medida em tempo de controversia, e não por momentos de conveniencia.




Musica citada: Negro Amor - Engenheiros do Hawaii

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Porque Viver é ir além do que se vê e do que se diz. Viver é sentir...

Nada facil - Engenheiros do Hawaii


"Neurotransmissores, mísseis na pressão
A vida em cada curva, no limiar da dor
Entre a vertigem de um cavalo alado
E o óleo diesel de um cavalo-vapor



Reza a lenda que a gente nasceu pra ser feliz
Que o crime não compensa e tudo conspira a favor
Reza a lenda que a noite é uma criança
Em volta da fogueira a tribo dança

Pra celebrar..."


Pena - O TM


"O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai
Acordes em oferta, cordel em promoção
A Prosa presa em papel de bala
Música rara em liquidação



E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A Luz acesa
Lá se dorme um Sol em mim menor



Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior..." 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

À Brenda Luiza e outros...


Em alguns momentos da vida, o Bobo entra em conflito consigo mesmo, tudo por ser em algumas situações taxado, uma espécie de bullying social, onde o bicho homem já não sabe definir as linhas entre o bem e mau, e passar a portar-se apenas em torno de seu ego, promovendo a analise insana de corações abertos, mentes criativas, sorrisos cativantes e simpatia livre pelo ar.

O bicho homem, se transforma em bicho homem AUTISTA.... o mundo caminha para uma sociedade parasita, movida a capital e ego, nada mais importa... [amizade, amor, carinho, credibilidade, harmonia, felicidade alheia]... e é ai que o Bobo encontra seu conflito, pois tudo que o Bobo valorizar o mundo desvaloriza... tudo que nós procuramos o meio corrompe ou nos julga de má fé!
Mas ser Bobo, é arte, é vida! Já disse Sara Westephal Batista que "Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu..." Logo só o bobo é capaz de viver a vida, sem se preocupar com limites entre bem e mau, pois ambos são necessários a condição humana, mas desnecessários a vivencia em harmonia! Para tal, basta viver e saborear a delicia da construção moral, ética e familiar, os nossos valores nascem em nossos corações e não por meio da calça de R$400, ou da blusa de R$270,0 menos ainda da sandália Carmen Steffens de R$999,00.
E não adiantar tentar ser Bobo... O Bobo, já nasce Bobo!






P.S.: A sitação no post é de um texto com autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas ele postou em sua coluna, no jornal O Globo, no dia 31 de março de 2005 que a autoria é da Sarah Westphal Batista da Silva.

Seja bem vindo!


Nada melhor que a melodia de palavras para dizer o que aqui, venho fazer...


Das vantagens de ser bobo


O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir, tocar no mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo, estou pensando”. Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia. O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão tentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski. Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era que o aparelho estava tão estragado que o concerto seria caríssimo: mais vale comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e, portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu. Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?" Bobo não reclama. Em compensação, como exclama! Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz. O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação, os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás, não se importam que saibam que eles sabem. Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas! Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo. 


Clarice Lispector